quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Facto nº 12

Tinha 2 anos.
90% do seu dia útil tinha a sua mãozinha esquerda fechada.
E perguntei-lhe o porquê... E ela contou-me o que de mais mágico eu ouvi até agora!
"Estou a guardar os meus segredos..."
E acredito que o estivesse mesmo. A imaginação que mora em nós, em certos momentos consome a realidade que somos obrigados a viver e substitui por algo lindo!
E os seus segredos cabiam dentro da sua mão.
"É para guardares os teus segredos" - disse-lhe a educadora enquanto lhe oferecia  uma pequena bolsa.
E guardou. Por pouco tempo, é certo, porque se esqueceu dela num restaurante.
Perdeu a bolsa, mas não os seus segredos, apesar de não ter precisado de fechar a sua mão outra vez.
Agora guarda-os noutro sítio...


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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Irritação nº 10

Até que ponto tem o Rui Veloso razão quando diz "Não se ama alguém que não ouve a mesma canção"?...

É impossível existir em todo o mundo (e o mundo até tem muita gente...) duas pessoas iguais. Ora... partindo deste facto, poderei concluir que a procura da/o "tal" (se é que isto realmente existe!)  passará inevitavelmente por se tornar na procura da pessoa cujas diferenças melhor se encaixam em nós.

Agora...
Teremos de olhar um pouco mais além da mera "canção" que o Rui refere, caso contrário torna tudo demasiado redutor e não faz sentido nenhum eu estar aqui a escrever isto (às tantas nem faz mesmo sentido nenhum, mas pouco me importa neste momento...). São canções, são letras, são sinais, são pensamentos, palavras, actos e omissões (onde já ouvi eu isto?...), são gestos, são olhares, beijos e abraços, é o que se diz e o que não se diz, é o que se pensa, o que se esconde, o que se quer dizer e não se diz, é o que se diz nas entrelinhas, é a forma como se come o bolo! As diferenças podem-se revelar numa enumeração quase infinita, que nem me atrevo a continuar!

A questão principal está na forma como encaramos essas diferenças e na nossa (in)capacidade de as ajustar a nós. Mas acho que isto não é novidade. E, concordemos, talvez seja o mais difícil de se conseguir.

Porque aí entramos noutro campo: queremos conseguir?



Irritação nº 9

Onde está o limite do exagero?
Quando queremos encontrar o equilíbrio, tendemos a balançar de um lado para o outro, dos dois lados do exagero.
Faço-me entender?...
Mas como saber onde está o limite? O limite do exagero? De um lado... do outro lado...
E saber onde está o limite do razoavelmente aceite pelos outros e por nós mesmos...